Memórias de Barro e Fé é um projeto dedicado a preservar e celebrar o legado de Ana das Carrancas, a mulher que transformou o barro em expressão de alma e resistência. Nascida no sertão e moldada pelas águas do Velho Chico, Ana criou uma arte única que atravessou fronteiras e tocou gerações.
Este espaço conta a trajetória dessa artista que virou símbolo de fé, força e identidade nordestina. Aqui você vai conhecer sua história, suas influências e o impacto profundo que deixou em Petrolina e em toda a região do Vale do São Francisco.
Além de homenagear Ana, o projeto também destaca seus descendentes e discípulos, que continuam a tradição da escultura em barro com novas formas, cores e narrativas. Apresentamos também novos talentos da escultura regional, que mantêm viva a chama criativa e espiritual dessa arte ancestral.
Este é um convite para mergulhar na memória, na cultura e na fé que moldam o barro e transformam vidas.
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Ana Leopoldina dos Santos, conhecida como Ana das Carrancas, nasceu em 1923 em Santa Filomena, Pernambuco, e se tornou uma das maiores referências do artesanato brasileiro. Filha de artesã, desde cedo moldava o barro com a mãe, desenvolvendo uma conexão profunda com esse material que viria a definir sua vida e legado.
Após enfrentar dificuldades no Sertão, Ana se mudou para Petrolina em 1954. Foi às margens do Rio São Francisco que ela encontrou inspiração nas carrancas de madeira usadas por pescadores para espantar maus espíritos. A partir daí, reinventou-se como artista e passou a criar carrancas de barro, misturando formas humanas e animais, com olhos vazados em homenagem ao marido deficiente visual.
Suas obras ganharam reconhecimento nacional e internacional, sendo expostas em universidades e feiras pelo Brasil e até fora dele. Em 2006, Ana foi declarada Patrimônio Vivo de Pernambuco, e sua arte continua viva através de suas filhas e do Museu Ana das Carrancas, em Petrolina.
Ana dizia: “O barro é a minha vida, eu me sinto realizada com meu barro”. Sua trajetória é símbolo de resistência, criatividade e amor pelo Velho Chico.
Museu Ana das Carrancas Museu Ana
das Carrancas
Artista Ana das Carrancas Artista Ana
das Carrancas
Museu Ana das Carrancas Museu Ana
das Carrancas

A arte de Ana das Carrancas não parou com ela — ela floresceu nas mãos de suas filhas, Ângela Lima e Maria da Cruz, conhecida como Pepê. Criadas entre o barro e a espiritualidade do sertão, ambas herdaram não só a técnica da mãe, mas também sua sensibilidade, força e compromisso com a cultura popular.
No Centro de Cultura Ana das Carrancas, em Petrolina, Ângela e Pepê mantêm viva a tradição familiar. Elas produzem carrancas que preservam os traços marcantes da mãe, mas também revelam suas próprias vozes artísticas. Cada peça carrega uma história, uma oração, uma memória moldada com fé.
Pepê, reconhecida como Mestra Artesã de Pernambuco, imprime em suas esculturas uma força ancestral que dialoga com o presente. Ângela, por sua vez, conduz oficinas e recebe visitantes, compartilhando o saber que aprendeu com Ana desde menina.
Juntas, elas transformam o barro em ponte entre gerações, mantendo acesa a chama criativa que nasceu às margens do Velho Chico.
Museu Ana das Carrancas Maria da
Cruz
Artista Ana das Carrancas Obra de
Pepê
Museu Ana das Carrancas Angela
Lima

Embora menos documentada na mídia, Angela Lima é reconhecida na região como uma das descendentes diretas de Ana das Carrancas. Filha de Ana Leopoldina, Angela cresceu entre o barro e as histórias do Velho Chico. Suas obras mantêm a estética das carrancas tradicionais, com traços fortes e expressivos, mas também incorporam elementos contemporâneos e femininos.
Angela é uma das responsáveis por manter o Centro de Cultura Ana das Carrancas ativo, recebendo visitantes e ensinando a arte da cerâmica aos mais jovens. Sua atuação é essencial para preservar o patrimônio imaterial da região e garantir que a força criativa de Ana das Carrancas continue inspirando novas gerações.
Museu Ana das Carrancas Angela
Lima
Angela Lima Artista Ana
das Carrancas
Museu Ana das Carrancas Museu Ana
das Carrancas

Natural do povoado Alegria, na zona rural de Petrolina, Ranilson Viana é um dos maiores escultores do país. Sua trajetória começou com o desenho, ainda na infância, como forma de lidar com a perda da mãe. Em 2001, iniciou um curso de desenho no Centro de Cultura Ana das Carrancas, onde descobriu a escultura como vocação.
Em 2011, aceitou o desafio de esculpir um busto para a prefeitura local, mesmo sem experiência. O sucesso da obra o impulsionou a mergulhar nas artes plásticas, desenvolvendo técnicas em cerâmica, pó de pedra, mármore, fibra de vidro, resina e bronze.
Ranilson está atualmente construindo a maior escultura do Brasil: uma imagem de Santa Ana com 57 metros de altura, destinada a Santana do Ipanema (AL). A obra promete impactar o turismo religioso e a economia local
Museu Ana das Carrancas Artista Ranilson
Viana
Artista Ana das Carrancas Artista Ranilson
Viana
Museu Ana das Carrancas Obra do São
Francisco

O Projeto Emvidas, idealizado pelo artista plástico pernambucano Ranilson Viana e desenvolvido em parceria com a Fundação Américo Mota (Instituto AMMO), é uma iniciativa que utiliza a arte como ferramenta de transformação social.
Com o lema "Esculpindo e Modelando Vidas", o projeto busca impactar positivamente comunidades por meio da escultura e da modelagem artística, promovendo inclusão, autoestima e valorização cultural. Ranilson, encontrou na arte uma forma de superar desafios pessoais e hoje inspira outras pessoas a fazerem o mesmo. O projeto também envolve sua esposa, Andrea, que contribui na gestão e na missão de levar esperança através da arte.

Para conhecer mais sobre essa iniciativa emocionante, assista ao vídeo oficial no YouTube: